A mulher que Admiro.

Dona Maria,uma mulher guerreira, que nos criou com toda dificuldade.

Tudo começou, quando meu padrastro faleceu na década de 90, minha mãe se viu sozinha com quatro filhos pequenos para cuidar. Foram dias difíceis para ela, eu me recordo o quanto meu padrastro e ela estavam felizes, pois juntos tinham acabado de construir a casa própria.

Por alguns dias a mãe ficou em casa, e várias vezes eu olhava ela no quarto chorando, então eu chegava bem de mansinho e ficava ali pertinho dela chorando também. Neste cenário já se passavam sete dias do luto, até que, chegou o dia de voltar ao trabalho, muito abatida em deixar os quatros filhos só, ela só pensava em trabalhar e trabalhava muito e nunca perdeu a esperança.

Trabalhou por muitos anos no setor hoteleiro, na lavanderia do Hotel Chamonix, na época o salário era baixo, pois a renda maior da casa era do meu Padrastro, uma diferença salarial gigantesca, enfim para complementar a renda da casa, ela foi trabalhar no pesado na lavoura de café, algodão e até mesmo em capinagem.
Ganhava bem menos do que os homens nesse trabalho braçal, que exige muita força física, mesmo assim ela nunca desanimou, pensava somente em completar a renda e trazer o pão para nós. Não passou muito tempo, ela teve um problema de saúde, que a levou para uma mesa cirúrgica. Pós cirurgia, ficou por algum tempo em casa de respouso e não via a hora de voltar a trabalhar, até que chegou o dia e, ao voltar para o trabalho ela foi dispensada. Nada a abalou, no dia seguinte ela já estava trabalhando de doméstica, dando muito duro, mas mesmo assim feliz.

Nos criou com muita dignidade, era uma Mulher incansável, nunca ficava sem um tostão no bolso. Sempre dava um jeitinho para completar a renda da casa, logo começou a fazer salgados e pães caseiros para vender. E, eu, confesso a vocês, faz os melhores pães até hoje, não é atoa que ela é conhecida no bairro onde mora. Por muitas lutas ela passou, sem falar que não teve estudo, mesmo sendo filha de um professor. Mas era sábia, sabia das coisas. Na época dela, meu avô não deixou as filhas mulheres estudarem para que elas não escrevessem cartas para namorados.

Hoje, com 63 anos ela se matriculou na escola, está estudando já sabe ler algumas palavras, e, já escreve o nome completo.
A vida da minha mãe, não foi fácil e mesmo assim, ela nunca desistiu de nós, és uma grande Mulher, uma heroína.

Nunca é tarde demais para adquirir conhecimento!

É essa MULHER que eu admiro!

É dela, que eu herdei ser ” FORTE E CORAJOSA ” mulher de garra, mulher que luta pelos seus objetivos.
Esse relato, é só um pouquinho da história da mulher que me inspira.

MINHA MÃE.

Maria José Aguiar ❤️ EU TE AMO.

#respeitaaminhahistória

Por/Deh Pittelli