A ministra da Cultura, Margareth Menezes, declarou nesta segunda-feira (10/4) que, nos primeiros 100 dias de governo, sua pasta liberou 1.940 projetos culturais que já estavam com recursos captados, mas se encontravam travados na pasta. Ela comentou ainda sobre o desmonte do ministério e do setor cultural brasileiro durante o último governo.
“O Ministério da Cultura renasceu no dia 24 de janeiro. Nós, em dois meses, liberamos 1.940 projetos que estavam liberados e captados. Estavam aqui bloqueados, e nós fizemos essa liberação para começar a fazer girar o trabalho para as pessoas”, declarou Margareth em entrevista à Rádio Arapuan. Ela acrescentou ter liberado outros 5 mil projetos previamente analisados, mas que ainda não haviam sido autorizados a captar recursos.
Questionada sobre os incentivos da pasta para artistas e as críticas envolvendo a Lei Rouanet, a ministra destacou que o ministério “não dá dinheiro para ninguém”, mas analisa projetos e libera seus autores para buscar financiadores. “O que também é muito difícil”, comentou. Ela disse ainda que a pasta está comprometida a aceitar projetos de todos os artistas, não somente dos já consolidados.
Desmonte
Margareth fez um diagnóstico sobre o cenário cultural que encontrou ao assumir o ministério. “O desmonte foi muito ruim. Foi transformado em uma secretaria ligada ao Ministério do Turismo, só que sem as ações necessárias para atender esse grande contingente de trabalhadores e trabalhadoras do Brasil que hoje são mais de 7 milhões”, afirmou a ministra. “O pouco que nós tivemos foi por parte dos deputados e deputadas que votaram. Foram criadas duas leis, a Lei Paulo Gustavo e a Lei Aldir Blanc. Foi onde o setor cultural conseguiu algum socorro”, acrescentou.
Em sua avaliação, contudo, o setor ainda não se recuperou completamente. “Os artistas foram perseguidos. Só que quando se fala em artista, a gente não pode falar só de artista como se todos os artistas do Brasil fossem os que já têm carreira estabilizada”, completou.
Por Victor Correia